sexta-feira, 6 de junho de 2014

Da fé


Participei numa missa para celebrar a vida de alguém que já não está entre nós. A emoção foi uma constante.
É estranho esbarrar em vidas que não conhecemos mas que ao mesmo tempo nos dizem tanto porque essas vidas guardam em si experiências que nós já vivemos. É estranho ouvir desabafos alheios e senti-los como nossos. É estranho ver lágrimas alheias e senti-las escorrer no rosto. É estranho vermos o nosso passado ser o presente de alguém. É estranho reviver uma dor antiga, que não é tão antiga quanto isso porque a carregamos sempre numa gaveta do coração. É estranho sentir a gaveta abrir e sentir novamente a dor.
É um alivio ouvir as palavras de conforto que sempre quisemos e não tivemos, mesmo que essas sejam dirigidas a outros. É um alivio ver que a vida continua para os outros como continuou para nós. É um alivio ver que os outros, tal como nós, não esquecem. É um alivio renovar a nossa fé através da fé dos outros.
A minha fé existe! Eu tenho fé. Eu acredito que no meio da confusão da vida podemos sempre reencontrar-nos, sermos melhores, mais fortes. Acredito que no meio da confusão é possível ter paz no coração, fé e confiança. Ele está a ver e nunca nos abandona.


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