sábado, 17 de janeiro de 2015

Fiquei louca e rendi-me às novelas!!


LADO A LADO, a novela da SIC deixa-me colada ao ecra! E eu que nunca fui admiradora de novelas depois do telejornal, quer dizer, segui uma outra. As que dao antes da hora do jantar vou vendo, enquanto se frita uma patanisca ve-se um episódio.

Esta novela em particular atraiu a minha atençao pois aborda um período histórico que me fascina: o fim da escravidao no Brasil a luta das mulheres pela sua independencia.
Lutar contra a discriminaçao é algo que Laura (interpretada por Marjorie Estiano) faz de forma valente. Ela que é uma divorciada em pleno século XX, tem a sua situaçao de divorciada exposta publicamente.
Na sua procura por trabalho como professora, Laura ve várias portas fecharem-se por causa de ser uma mulher divorciada.
É daqui que parte a minha admiraçao pela personagem: divorciada e renegada pela mae (a ex baronesa) numa época em que as mulheres dependiam ou dos maridos ou da riqueza/trabalho da familia, Laura luta para ter a sua liberdade, a sua independencia numa sociedade altamente preconceituosa. Chega a trabalhar como funcionária numa sapataria, o que é um escandalo.
 Laura é um exemplo de luta de força. Faz-me pensar na quantidade de mulheres, que nos nossos dias, lutam para verem reconhecido o seu direito à maternidade, à igualdade, à liberdade. Sim, liberdade! Na sociedade em que hoje vivemos, cada vez mais as empresas olham para os seus funcionários como máquinas. Máquinas que devem cumprir horários e regras sob pena de serem dispensadas.
Como é possivel que num país envelhecido as mulheres sejam despedidas por causa de escolherem ser maes? Como é possivel que numa entrevista de emprego, o recrutador tenha a lata de questionar a mulher sobre os seus planos de maternidade? Como é possível que uma mae seja dispensada ainda antes da sua licença de maternidade acabar? Será que por ter um filho perde as suas capacidades laborais?
Nao sou mae mas quando oiço estas histórias fico revoltada, exactamente por saber que há mulheres que tem dois e tres filhos e nunca deixam cair a sua vida profissional. Mulheres que se desdobram em malabarismos mas que cumprem sempre os seus compromissos. Mulheres que sao super maes, e consequentemente, super mulheres!
E depois temos, claro, o outro lado da moeda: as mulheres que optam por nao serem maes. Aqui sai claramente favorecido o lado laboral, isto claro, olhando ao pensamento generalizado dos patroes. No entanto, estas mesmas mulheres lutam pela sua igualdade num mundo de homens. Desde o salário às promoçoes, as mulheres trabalhadoras batalham todos os dias num mundo desigual.
E é por isto que esta Laura tem a minha atençao. Esta e todas as Lauras desta vida, que batalham pelos seus objectivos numa sociedade nem sempre justa e moderna como diz ser.
Às Lauras desta vida, um grande bem-haja!!

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